Texto retirado de http://www.canalkids.com.br/ e adaptado por Carolina Mendes ao informe parasita
No dia 22 de abril do ano de 1500, o navegador português Pedro Álvares Cabral e sua frota alcançaram terras desconhecidas, que batizaram de Ilha de Vera Cruz. Eles haviam partido de Portugal no mês anterior com destino às Índias, em busca de ouro e especiarias.
Um desvio na rota acabou fazendo com que chegassem ao novo território - uma terra de grande beleza, como bem descreve a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel I. Apesar de estar sendo recebido em Portugal com todas as glórias, neste dia 21 de julho de 1501, após violento combate em Calicute, há especulações de que Cabral não teria descoberto as novas terras por mero acaso.
EXCLUSIVO!!!!
PEDRO ÁLVARES CABRAL CONCEDE ENTREVISTA Á INFORME PARASITA
Informe Parasita: Como o senhor chegou às terras brasileiras?
Pedro Alvares Cabral: Parti de Portugal comandando uma frota de 13 embarcações no dia 8 de março, com 1.500 homens e 8 padres. A maior frota portuguesa até então! Chegaram a terra firme 12 naus, mas infelizmente apenas 6 retornaram a Portugal. Nosso objetivo era alcançar as Índias, para comercializar mercadorias e levar a religião católica para outros povos. Nosso rei, Dom Manuel, queria impressionar o samorim, o rei de Calicute, na Índia, com uma frota rica e poderosa, para melhor fazer negócios. O samorim havia esnobado Vasco da Gama, que desembarcara em Calicute com navios pequenos e sem riquezas.
Informe Parasita: É verdade que Portugal já tinha conhecimento da existência dessas novas terras?
Cabral: Isso eu não posso dizer.
Informe Parasita: O que o senhor tem a dizer sobre os boatos de que o senhor não seria o primeiro a descobrir as novas terras?
Cabral: Que boatos? Isso é intriga da oposição! Que tipo de jornal é esse que dá ouvido a boatos?
Informe Parasita: Temos nossas fontes. Em 26 de janeiro do anode 1500, ou seja, no ano passado, o capitão espanhol Vicente Yáñez Pinzón teria desembarcado em um local que chamou de Santa Maria de La Consolación (Hoje, Ponta do Mucuripe, cerca de 10 quilômetros ao sul da atual Fortaleza, capital do Ceará). Os marujos teriam gravado a data, seus nomes e os de seus navios em árvores e rochas. Outro navegador espanhol, parente de Pinzón, Diego de Lepe, teria chegado ao Brasil no início de fevereiro (Hoje, os historiadores têm opiniões diferentes de onde seria o local Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, ou Cabo de São Roque, a 100 km de Natal, capital do Rio Grande no Norte)
Cabral: Se vocês insistirem nessa história, mando processar o jornal por traição à Coroa de Portugal!
(Cabral se exauta e ameaça agredir repórter de informe parasita, com muita cautela nosso repórter retoma a entrevista. )
Informe Parasita: Bem, essa é uma dúvida que vai intrigar os futuros historiadores. Mas voltando à viagem, como foi a chegada?
Cabral: No dia 22 de abril de 1500, avistamos uma elevação que chamei de Monte Pascoal, porque era época da Páscoa. A presença de aves marinhas e de grandes algas flutuando no mar já indicava a proximidade de terra firme. No dia seguinte, enfrentando as ondas causadas por uma terrível tempestade, conseguimos encontrar uma baía para ancorar, por isso chamei o lugar de Porto Seguro, um lugar muito bonito.
Informe Parasita: E o contato com os índios?
Cabral: Havia cerca de 20 nativos na praia, completamente nus, portando arco e flecha. Mas eram bastante amistosos. De início, trocamos algumas roupas e nossas boinas vermelhas por colares de conchas. Francamente, fiquei surpreso com o comportamento dos nativos. Um dia, capturamos dois jovens índios e os levamos a bordo. Nós conversamos por gestos e em nenhum momento eles demonstraram medo por estar entre desconhecidos. A tripulação ficou agitada quando os índios apontaram para meu colar de ouro e depois para a terra, como se estivessem querendo dizer que lá também havia ouro. Ficaram deslumbrados com as galinhas que levamos, veja você! Os índios estavam tão à vontade que até dormiram no barco, em pleno convés.
Informe Parasita: Depois você seguiu viagem em direção às Índias, onde entrou em conflito e acabou bombardeando Calicute por 15 dias. Como foi o ataque?
Cabral: Essa é uma longa história, que vocês podem deixar para a próxima edição, ora pois...
EXTRA! PORTUGUESES SÃO ABANDONADOS EM TERRA ESTRANHA
Tem gente que gosta mesmo de aventura! Não é que alguns marinheiros portugueses ficaram no Brasil, enquanto o resto da tripulação seguia viagem? Dois deles foram deixados de propósito para servir como informantes do rei. Eram dois degredados, condenados por crimes em Portugal, que abriram o maior berreiro quando foram deixados na praia.
Choraram tanto que até os nativos ficaram comovidos e caíram no choro também. Vinte meses depois, foram resgatados pela expedição de reconhecimento comandada por Américo Vespúcio. Os relatos de um dos chorões, Afonso Ribeiro, foram muito importantes para Portugal. Os outros marinheiros que haviam ficado simplesmente desertaram, cansados da vida sofrida a bordo. Em uma terra tão bonita, com fartura de comida e de índias sem roupa, escapuliram do navio rapidinho e nunca mais foram vistos. Ninguém nunca soube o que aconteceu com os marujos fujões. Será que conseguiram viver entre os índios? Ou será que serviram de jantar para os índios canibais?
TERRA DOS PAPAGAIOS
Uma outra curiosidade sobre os primeiros dias da descoberta foi o nome dado ao Brasil. Cabral batizou as novas terras com o nome de Ilha de Vera Cruz (ou da cruz verdadeira, devido à grande cruz fincada no dia da segunda missa). Mas os marinheiros não estavam nem aí com o nome oficial. Eles inventaram outro nome "Terra dos papagaios". Araras e papagaios multicores enfeitavam a paisagem, e durante mais de três anos, ninguém chamava o Brasil pelo nome dado por Cabral. Os portugueses trocaram quinquilharias e suas toucas vermelhas de marujos por essas aves maravilhosas, que viajaram até Portugal e deslumbraram seus compatriotas d'além mar.Depois, o Brasil passou a ser chamado de Terra de Santa Cruz, por ordem do rei Dom Manuel. Poucos anos depois, o país seria conhecido como Brasil, devido à grande quantidade de pau-brasil, uma árvore de tronco avermelhado usada para tingir tecidos, muito apreciada na Europa.Devido à paisagem paradisíaca, o nome do Brasil também pode ter derivado de uma ilha lendária na mitologia celta, a ilha Brazil. Era um lugar mágico perto da Irlanda, que fascinou muitos navegadores e chegou a aparecer em alguns mapas da época.
Mas a pergunta que não quer calar...
O DESCOBRIMENTO FOI POR ACASO?
Tratado de Tordesilhas garante a Portugal plenos direitos sobre a terra descoberta por Cabral
Dizem que Cabral descobriu o Brasil por acaso. Será? Tudo indica que os portugueses sabiam da existência dessas terras. Outros navegadores teriam passado bem perto daqui, como o português Duarte Pacheco, em 1498.
A própria viagem de Cristóvão Colombo, que descobriu a América em 1492, sugeria a existência das novas terras ao sul da República Dominicana. Seis anos antes da viagem de Cabral, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas. Nesse documento, os dois países rivais na expansão marítima chegaram a um acordo.
Traçaram uma linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, colônia portuguesa próxima ao continente africano. O mundo ficou dividido em dois: as terras descobertas do lado esquerdo (oeste) dessa linha ficariam com a Espanha; as do lado direito (leste) ficariam com Portugal.
Ora, grande parte do Brasil ficava exatamente do lado português. Ao menos, a parte que mais interessava aos espertos e bem-informados portugueses: seu extenso litoral, rota fundamental para cruzar o Cabo da Boa Esperança e chegar às Índias. Portanto, faz sentido pensar que Cabral tinha uma missão secreta: encontrar as novas terras, garantindo o domínio de Portugal sobre elas.
(Quinhentos anos depois do fechamento desta edição, a polêmica e o mistério continuam. Nenhum dos documentos originais da viagem do descobrimento, como a carta de Pero Vaz de Caminha deixou indicações definitivas sobre a verdadeira intenção de Cabral)
CURIOSIDADES:
Não gostaram de nada. Cuspiam fora tudo que colocavam na boca. Não era para menos! Eles não estavam acostumados a nada daquilo.A alimentação básica dos índios vinha das plantações de milho, inhame, feijão, abóbora e mandioca, além das frutas nativas, como o abacaxi. Até a água oferecida pelos "anfitriões" portugueses não se comparava àquela que os índios bebiam: tinha ficado armazenada em tonéis durante mais de 40 dias e não era nada fresca...
Imaginem se os índios tivessem provado da ração servida nas naus cabralinas! Sairiam correndo! A base da dieta a bordo era um biscoito duro e salgado, bolorento e fedorento, além de carne salgada, cebola, vinagre e azeite. Essa dieta muito pobre em vitaminas, causava uma doença terrível nos marujos, chamada escorbuto. Provocada pela carência de vitamina C, o escorbuto fez muitas vítimas fatais durante as viagens marítimas. Para alívio dos navegantes, no século 18 o capitão inglês James Cook descobriu que o consumo de limões e laranjas, ricos em vitamina C, combatia a doença.
No dia 26 de abril de 1500, domingo de Páscoa, foi realizada a primeira missa em terra firme, na praia. Todos estavam lá: o comandante Pedro Álvares Cabral, a tripulação da frota, os padres que também participaram da viagem.
O frei Dom Henrique celebrou a missa, acompanhada com grande devoção pelos portugueses. O melhor é que os índios, os verdadeiros donos da casa, também apareceram, curiosos para ver aquele desconhecido e solene ritual. Depois da missa, os nativos começaram a tocar conchas e buzinas, pulando e dançando. Resumindo: o primeiro evento social brasileiro foi um sucesso!
No dia 1º de maio, foi erguida a primeira cruz e rezada a segunda missa. Carregando os estandartes da Ordem de Cristo, mais de mil homens da esquadra de Cabral seguiram em romaria até o local escolhido para fincar a grande cruz, de cerca de sete metros.
A cruz foi ali colocada também para assegurar a posse da terra ao rei Dom Manuel, sinalizar uma boa fonte de água e o local onde seriam deixados dois degredados, futuros informantes. Cerca de 80 índios acompanharam a celebração, repetindo os gestos, levantando e se ajoelhando como os portugueses. Um luxo só!
Entre índios e portugueses, quanta diferença no visual! Os portugueses chegaram com suas roupas pesadas, botas de couro e boinas na cabeça. O tipo de roupa perfeito para o clima frio europeu e para as exigências da nobreza, mas nem um pouco adequado ao calor tropical.
Enquanto isso, os índios nem se preocupavam em vestir alguma coisa. Andavam completamente nus, usando apenas bonitos "acessórios", como colares e cocares de penas multicoloridas. Para os portugueses, criados numa sociedade bastante diferente, aquilo era totalmente imoral.
Mas para os índios a nudez era a coisa mais natural do mundo. Esquisitas eram aquelas roupas calorentas que ainda por cima atrapalhavam na hora de correr, caçar, subir em árvores...
O Informe Parasita obteve, com exclusividade, trechos da carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao rei Dom Manuel. A carta chegou por meio de Gaspar de Lemos, que comandava a nau de mantimentos da frota de Cabral, enviada de volta a Portugal para dar notícia do "achamento" do Brasil.
Contratado para ser o contador da feitoria em Calicute, na Índia, para onde Cabral depois se dirigiu, Caminha também era escritor de talento. Sua carta, tida como a "certidão de nascimento" do Brasil, descreve com brilho e detalhe os primeiros dias dos portugueses na nova terra e seu contato com os índios.
Pero Vaz faleceu pouco depois, em combate contra os árabes em Calicute. Para homenageá-lo, o Informe Parasita pede perdão aos leitores e cede sua Seção de Cartas ao bravo escriba. (Desaparecida durante muitos anos, a carta de Caminha só foi redescoberta e publicada em 1817, pelo historiador português Manuel Aires do Casal)
24 de abril de 1500, Sexta-feira
"A feição deles é parda, um tanto avermelhada, com bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas, e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam o lábio de baixo furado e metido nele seus ossos (...) agudos na ponta como furador. (...) Os seus cabelos são lisos. E andavam tosquiados (...) e rapados até por cima das orelhas (...) "
(Caminha, como os outros, ficou maravilhado com a inocência, ingenuidade e beleza dos índios, que se mostraram bastante dóceis desde o início).
O contato a bordo
"Afonso Lopes, nosso piloto, estava em um daqueles navios pequenos. (...) Tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam em uma espécie de jangada. Já de noite, Afonso Lopes trouxe-os ao Capitão, em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festa. (...) Quando eles vieram, o Capitão estava sentado em uma cadeira, bem-vestido, com um colar de ouro muito grande no pescoço, e tendo aos pés um grande tapete como estrado. (...) Um deles, porém, reparou no colar do Capitão e começou a acenar para a terra e depois para o colar, como se nos quisessem dizer que na terra também havia ouro. (...) Nós assim interpretávamos os seus gestos, porque assim o desejávamos (...)"
(Durante muitos anos, Portugal desprezou o Brasil por considerar que as novas terras não tinham minérios de valor, como ouro, prata e ferro, em seu subsolo, se contentando em pilhar o pau-brasil, madeira valiosa na Europa. Por um bom tempo, o Brasil serviu apenas como rota e porto seguro para as Índias. Hoje sabemos que isso não é verdade, e que o país possui algumas das maiores reservas minerais do mundo!)
26 de abril de 1500, Domingo
O palhaço Diogo Dias
"Do outro lado do rio, andavam muitos deles, dançando e folgando, uns diante dos outros, sem se tomarem pelas mãos. (...) Dirigiu-se, então, para lá, Diogo Dias, homem gracioso e de prazer. Levou consigo um gaiteiro e sua gaita. E meteu-se a dançar com eles, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam e riam, e andavam com ele muito bem ao som da gaita. Depois de dançarem, fez-lhes ali, andando no chão, muitas piruetas e salto mortal, de que eles se espantavam e riam muito. Mas como Diogo Dias tocasse neles e os segurasse com essas brincadeiras, logo se tornaram esquivos como animais monteses (...)"
(Apesar de "mansos", os índios evitavam o contato físico com os portugueses. Demonstravam dessa forma não serem tão ingênuos, assim como o fato de não deixarem os portugueses dormirem na aldeia.)
30 de abril de 1500, Quinta-feira
"Parecem-me gente de tal inocência que, se nós os entendêssemos, e eles a nós, seriam logo cristãos, porque parecem não ter nenhuma crença. E portanto, se os degradados que aqui hão de ficar aprenderem bem sua fala e os entenderem, não duvido que eles (...) hão de se tornar cristãos em nossa santa fé. Portanto, Vossa Alteza, que tanto deseja fazer crescer a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles . (...) Eles não lavram, nem criam. Nem há aqui boi, vaca, cabra, ovelha, galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado a conviver com o homem. (...) Nesse dia, enquanto ali andavam, dançaram e bailaram sempre com os nossos, de maneira que são muito mais nossos amigos do que nós seus (...)"
(Aqui, Caminha se refere à docilidade dos índios, o que poderia facilitar a catequização pelos missionários católicos. É interessante notar a sinceridade do relato neste último trecho, em que Caminha reconhece as "segundas intenções" dos portugueses diante da alegria desinteressada dos índios)
Uma terra rica
"Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, frios e temperados (...). As águas são muitas, infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-se aproveitá-la, dar-se-á nela tudo por causa das águas que tem."
(Caminha não poderia imaginar o tamanho das riquezas da nova terra descoberta. Imaginem se tivesse visto o rio Amazonas em toda a sua imensidão ou se soubesse que o Brasil, ainda hoje, possui a maior extensão de terras cultiváveis do mundo!)
BRASIL 500 ANOS DEPOIS
Na época do Brasil Colônia, quase todo mundo morava no campo, onde se concentravam as atividades econômicas mais lucrativas, como os engenhos de cana-de-açúcar. As famílias ricas tinham casas na cidade, mas quase só saíam de suas fazendas nas épocas de festas. Enquanto isso, as cidades eram pouco desenvolvidas, com população pequena que sobrevivia do comércio e das atividades administrativas.
O processo de urbanização e o crescimento das cidades começou a ganhar impulso quando o rei de Portugal, Dom João VI, transferiu a corte portuguesa para o Brasil e se instalou no Rio de Janeiro em 1808, fugindo do conquistador Napoleão Bonaparte.
Imagine o que deve ter sido, para uma cidade de 50 mil moradores, a chegada de mais de 10 mil novos habitantes, vindos da Europa! Foi uma mudança e tanto. A capital da colônia começou a virar "gente grande": ganhou bibliotecas, novos teatros, passeios públicos. A maior badalação!
Com o crescimento das cidades, muita coisa mudou no Brasil. Muita gente saiu do campo e foi para a cidade, e 500 anos depois, é um país muito diferente ...
AS CIDADES CRESCEM
Mesmo com essas mudanças, o Brasil continuou a ser um país basicamente agrícola. Em 1872, já na época do Império, somente 20% da população se dedicava ao setor de serviços ou à indústria. E o Rio de Janeiro permanecia sendo o único grande centro urbano, seguido por Salvador, Recife e Belém.
A partir do final do século 18, depois de proclamada a República, em 1889, teve início o incrível crescimento de São Paulo, cidade que enriqueceu com o comércio do café e atraiu muitos imigrantes. Em apenas 10 anos (1890-1900), a população passou de pouco mais de 60 mil habitantes para quase 240 mil.
A cara do Brasil urbano só começa mesmo a se definir, e muito rápido, a partir dos anos 50. Veja só quanta diferença: em 1940, a população urbana somava apenas 16% da população brasileira; mas em 1980 o número cresceu para 51,5%, quer dizer, a maioria das pessoas passou a morar nas cidades.
Surgiu uma grande quantidade de indústrias, que atraíam muita gente com ofertas de emprego, e o setor de serviços teve um enorme crescimento. Enquanto isso, no campo, as máquinas substituíam muitos trabalhadores, que corriam para as cidades em busca de trabalho.
UM PAÍS DO FUTURO?
Olhando para trás, vemos quanta coisa mudou nos últimos 500 anos! Os índios, que eram os senhores da terra, hoje não podem bobear: precisam lutar por seus direitos a todo momento para que não sejam ainda mais explorados e dizimados. A colônia virou Império e depois República. Mas nunca conseguiu se livrar dos interesses estrangeiros dispostos a tirar suas vantagens.
O povo brasileiro foi se formando através dos séculos, surgindo da mistura de negros, índios e brancos, criando sua própria cultura. Aos poucos, os brasileiros foram descobrindo seu próprio país. Primeiro se estabeleceram no litoral, depois se embrenharam país adentro, explorando o interior, a Amazônia e até construindo uma moderníssima capital, Brasília, em pleno descampado do Planalto Central.
As cidades, que nos primeiros tempos dependiam do campo, onde se concentrava a maioria da população, ganharam cada vez mais importância a ponto de transformar o Brasil num país, hoje, essencialmente urbano. Com tantas mudanças, é impossível não se perguntar: como serão os próximos 500 anos?